NARCISISMO CULTURAL

A maior arrogância que alguém pode ter é achar que não precisa ser transformado, que não precisa mudar em nada. 

Nos dias de hoje, temos visto que muitas pessoas aderem a um discurso absolutamente narcisista. Isso se manifesta, de maneira mais clara, nas artes. Vemos músicas, filmes e séries que reforçam o egocentrismo, que devemos viver para nossos desejos e vontades. 

Além dessa face da arte, a psicologia moderna parece se importar demasiadamente com o amor próprio, como se já não o tivéssemos em doses cavalares por conta da nossa natureza pecaminosa. 

"Ame o seu próximo como a si mesmo"
— Mateus 22:39

Vende-se um estilo de vida em que o indivíduo é o centro, que nada pode contestá-lo, que tudo deve girar em torno de sua vontade. Na realidade, o que vemos é uma filosofia antiga se manifestando, que é o hedonismo. Segundo seus pensadores, o fim do ser humano seria buscar o prazer, esse seria o sentido da vida humana. Mais profundamente, podemos dizer que o estilo de vida hedonista tem como justo e correto a busca pelo prazer. Digo dessa forma para que fique claro que isso, para mim, é um conceito moral. A conceituação dessa tese deve servir para explicarmos o que estamos vendo nos dias atuais: narcisismo cultural. 

Portanto, o resultado desse alinhamento entre a mídia, a psicologia moderna e as artes culmina em um estado em que o cidadão médio pensa estar pleno em buscar o que lhe faz feliz como medida do certo, do justo e do agradável.

Houve (ou ainda há) uma seita que pregava de maneira mais evidente a vontade individual como lei universal. Chamada de "Astrum Argentum", ela foi fundada pelo "bruxo" Aleister Crowley em 1907 e tinha como pensamento "faça o que você quiser e isso será lei". Seu fundador era um hedonista, o que explica muita coisa. 

O que os defensores do prazer irrestrito parecem não perceber é que nunca será o bastante para a carne humana. Uma vez que você prova de alguma droga, seu corpo pedirá por mais; uma vez que você cai na tentação sexual, seu desejo te impulsionará para buscar cada vez mais disso. Embora a tese hedonista seja de refreamento dos impulsos a partir da vasão, uma breve observação sobre as tentações e a maneira como o nosso inimigo trabalha e veremos que essa tática falha miseravelmente.

No entanto, a humanidade insiste em andar pelos mesmos caminhos, pois mesmo antes da introdução dessas filosofia citada, vemos que, nos tempos descritos no Antigo Testamento, era comum, em alguns lugares, uma vida regada a prazeres terrenos, como em Sodoma e Gomorra. 

Então, têm-se que, mesmo fora dos princípios hedonistas, a humanidade sempre quis alimentar o corpo ao invés da alma. A verdade é que, se não fosse pela infinita misericórdia de Deus, não quereríamos o amor dEle em nenhum momento, a História nos mostra isto: nunca tivemos interesse nEle.

As escrituras apontam, no entanto, para uma vida pura, casta e santa porque Deus sabe que isso seria o melhor para nós, por mais que os instintos humanos apontem para o oposto. O princípios da Bíblia funcionam para nos proteger e não para acabar com a nossa vida. "Deus não é maluco", como diz o meu líder. 

A adoração a Deus através da nossa santidade é uma necessidade nossa, não um capricho dEle. Nosso Senhor não depende de nós, mas o oposto é verdadeiro, ou seja, essa é mais uma demonstração do amor do nosso Deus por nós. Por Ele ser o criador, sabe o que é necessário e preciso para nós e, por conta disso, seguir o que está dito nas escrituras é um ato sábio.

Quando Jesus explicou que devemos amar ao próximo como a nós mesmos, ele mostrava que a face do Evangelho é a verdadeira humildade, o autoesquecimento. Para além de nos importarmos com saciar nossos desejos, o que só serve para nos deixar anestesiados e sem compromisso com o outro, a humildade é o interesse em estarmos em comunhão com as dores das outras pessoas. Precisamos urgentemente orar para que o Espírito Santo imprima em nossos corações a vontade constante de sufocar nosso ego. 
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